O ex-chefe do Estado e atual presidente do Senado, José Sarney, aliado de Lula, acredita que "os excessos de Zelaya são ruins para o Brasil". Em seu editorial, o jornal "O Estado de São Paulo" se revolta de ver Zelaya, "esse hóspede inconveniente" da embaixada, se comportar como "dono da casa".
O que aconteceu no dia 21 de setembro? Segundo versão não-oficial, a esposa de Zelaya, que chegou clandestinamente com seu marido em um carro diplomático, telefonou para a embaixada para pedir abrigo. O diplomata em serviço consultou Brasília, onde Lula foi encontrá-lo - a bordo do avião que o levava para Nova York -, e o presidente deu sua permissão. "Se tivéssemos recusado, Zelaya estaria hoje preso ou talvez morto", garante o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim. O Brasil foi pego de surpresa pela volta rocambolesca do ex-presidente hondurenho, e teve pouco tempo para se decidir.
Por princípio, ninguém pode culpá-lo por ter escolhido ajudar um dirigente legitimamente eleito, e que desde seu exílio forçado recebe o apoio da comunidade internacional, inclusive os Estados Unidos. Ao agir dessa forma, o Brasil lembra que, em uma América Latina que finalmente chegou à democracia, um golpe de Estado, ainda que não sangrento, se tornou inaceitável.
Fonte: Le Monde - http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2009/10/02/ult580u3958.jhtm
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